Este artigo analisa como os empresários (CEB) e a sociedade civil organizada (REBRIP) trabalharam para defender os seus interesses a fim de influenciar as negociações estratégicas de comércio internacional brasileiro entre 1995 e 2010. O estudo também visa compreender a extensão em que atores não-estatais conseguiram afetar a definição do governo brasileiro de suas posições e prioridades oficiais. As principais conclusões são as seguintes: a) a convergência de interesses entre setores empresariais e atores institucionais vis-à-vis a escolha de fóruns de negociação comercial; b) o perfil essencialmente protecionista dos interesses coordenados pela CEB nas principais negociações; c) o papel da REBRIP, organizado principalmente no campo de desafiar os princípios da estratégia de negociação em si, com apenas uma contribuição marginal direto para a definição da agenda para a negociação de acordos comerciais regionais e multilaterais; e d) o envolvimento da REBRIP como elemento de democratização da agenda política de comércio exterior no Brasil.
OLIVEIRA, Ivan T. M.; MILANI, Carlos R. S. Atores Não Estatais e Trade Policy-Making no Brasil: Análise dos Interesses e das Estratégias da CEB e da REBRIP. Dados, vol. 55, n. 2, p. 367-402, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0011-52582012000200004&script=sci_arttext> agosto 2014.